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Sabado, 02 de Agosto de 2025

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Poços de Caldas está caminhando para dias ruins

Estamos caindo em qualidade

Alberto Silva
Por Alberto Silva
Poços de Caldas está caminhando para dias ruins
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Eu tenho 45 anos e posso dizer com toda sinceridade: faz muito tempo que não vejo Poços de Caldas tão mal como está hoje. Aliás, se eu parar pra pensar, talvez nunca tenhamos chegado a esse ponto. A cidade, que sempre foi referência de beleza e qualidade de vida, está se arrastando. E o pior: parece que a gente está vivendo uma grande ilusão coletiva, acreditando que essa turma que assumiu a administração ia fazer algo de concreto pelo povo.

A realidade é dura. O dinheiro que antes ainda aparecia de vez em quando para tapar os buracos, hoje sumiu. Agora, a notícia que se espalha é que a cidade está quebrada. Enquanto isso, hospitais seguem abandonados, escolas largadas às traças, professores tratados sem valor nenhum. Basta dar uma volta: calçadas esburacadas, ruas que mais parecem campo de guerra. A sorte de Poços é a natureza. Nossas montanhas, nossas praças e nossas águas ainda sustentam uma imagem bonita para quem vem de fora — mas quem vive aqui sabe que é só maquiagem barata.

O povo está sofrendo. Filas intermináveis para conseguir um atendimento de saúde. Zero investimento em grandes obras. Empresas, que poderiam gerar empregos, já não olham mais para cá. Não somos mais destaque em jornais, não saímos em sites, não atraímos turistas como antes. Estamos perdendo espaço, respeito e dignidade.

O que mais me incomoda, no entanto, é ver a acomodação da população. Parece que nos acostumamos com a decadência. Enquanto isso, sustentamos o prefeito mais caro do Brasil, ganhando R$ 40 mil por mês, vereadores com R$ 15 mil mais seus penduricalhos, e uma Câmara que só aumenta gastos com contratações sem critério. A política em Poços de Caldas virou plano de carreira. Eles entram, se agarram às cadeiras e lutam com unhas e dentes para não perder os privilégios, enquanto o povo se vira como pode.

Estamos diante de uma encruzilhada. Ou o povo reage, levanta a voz, cobra e mostra que ainda acredita numa Poços de Caldas melhor, ou vamos aceitar ver nossa cidade afundar cada vez mais. A capa desta matéria mostra só a ponta do iceberg da nossa realidade. A pergunta que fica é: vamos continuar fingindo que não vemos, ou vamos encarar a verdade de frente?

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