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Terça-feira, 19 de Agosto de 2025

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Terras raras em Poços de Caldas: por que, por enquanto, eu sou contra

Onde vai o dinheiro?

Alberto Silva
Por Alberto Silva
Terras raras em Poços de Caldas: por que, por enquanto, eu sou contra
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Terras raras em Poços de Caldas: por que, por enquanto, eu sou contra.

Escrevo como cidadão, pai e alguém que ama Poços de Caldas. Diante da corrida pelas chamadas “terras raras”, deixo claro: a princípio, sem um estudo amplo, transparente e participativo sobre todos os impactos, eu sou contra avançarmos com qualquer projeto de mineração no nosso município e espero, convencer muita gente com isso.

Não é sobre ser contra o progresso. É sobre não trocar nosso futuro por pressa e promessa. Antes de qualquer licença, temos que exigir respostas — com números.

Quero falar diretamente com você, morador de Poços, e com as autoridades. Chega de discursos vagos.

Se o tema é tão vantajoso, então provem, com dados verificáveis e metas mensuráveis:Quanto dinheiro, exatamente, entra para Poços?
Projeção anual de arrecadação para o município (taxas, CFEM, ISS, IPTU, outorgas).
Percentual garantido para saúde, educação e meio ambiente.
Fundo municipal obrigatório para mitigação, fiscalização e recuperação.
Cronograma de repasses e gatilhos de auditoria independente.

Emprego real, não PowerPoint:
Quantos empregos locais e qual a remuneração média?
Percentual mínimo de contratação de moradores de Poços, com plano de capacitação custeado pela mineradora.
Metas de inclusão de jovens e mães chefes de família.

Saúde pública e educação:
Estudo epidemiológico prévio (linha de base) e monitoramento contínuo de qualidade do ar e da água, com exames gratuitos para a população do entorno.
Cláusula de “poluidor-pagador”: qualquer dano comprovado vira obrigação imediata de custeio pela empresa — sem judicialização eterna.

Percentual do projeto destinado a pesquisa local nas escolas técnicas e universidades da região.
Meio ambiente — o ponto central:EIA/RIMA completo, acessível e didático, com mapas e simulações.
PRAD (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas) já apresentado antes de ligar a primeira máquina.

Plano de fechamento de mina com garantias financeiras (caução/seguro ambiental) desde o dia 1.
Proteção absoluta de nascentes, mananciais e corredores ecológicos.
Monitoramento independente, com dados em tempo real e acesso público (site/painel).

Se não houver isso na mesa — e com participação popular — não podemos apoiar
Por que eu sou contra, por enquanto?
Porque o risco é assimétrico.
Se der errado, a conta fica aqui: na nossa água, na nossa saúde, na nossa paisagem, na nossa economia do turismo e do bem-estar.

Temos que recusar a assinar um cheque em branco.

Qual é a cidade que vamos deixar para nossos filhos e netos?
Vamos entregar um território com água limpa, mata preservada e oportunidades duradouras — ou crateras, poeira e promessas que evaporam?

Perguntas que ninguém respondeu ainda ou não vi isso. (e precisa responder)
Qual o plano de reabilitação das áreas exploradas, etapa por etapa, com prazos, técnicas e quem paga?
Que composição de solo e resíduos ficará nas áreas degradadas?
Há risco de elementos tóxicos? Que barreiras geotécnicas serão usadas?
Como garantir que a riqueza não vai “vazar” para fora, deixando aqui só impacto?
Quais limites de extração (volume/ano) e qual ponto de corte para suspensão imediata se indicadores ambientais piorarem?

Sem isso, eu continuo contra. e espero despertar a população para isso

Chamada à reflexão (e à ação)

Poços de Caldas é água boa, ar puro, biodiversidade, turismo, qualidade de vida.
Não vamos rifar nossa identidade por um projeto que não prova, com números e garantias, que vale a pena.
Pense nos seus filhos. Pense nos seus netos.

O que responderemos quando perguntarem: “Por que deixaram acontecer?”

O que eu proponho agora
Audiências públicas verdadeiras mais amplas, em horários acessíveis, com transmissão online e material explicativo.
Comissão cidadã com representantes de bairros, produtores rurais, comércio, turismo, universidades e conselhos municipais, com poder de veto técnico diante de falhas.
Transparência radical: todos os documentos (EIA/RIMA, PRAD, monitoramento) em um portal único, linguagem simples e dados abertos.
Cláusulas contratuais duras: seguro ambiental, caução para recuperação, metas sociais vinculadas à continuidade da operação, e tolerância zero a irregularidades.

Enquanto isso não acontecer, repito: temos que ser contra dar qualquer passo. é Preferido perder um “negócio da China” do que perder Poços de Caldas.

Se você concorda, compartilhe, cobre os vereadores, o prefeito, os órgãos ambientais.

Participe das audiências. A cidade é nossa — e o futuro também.


Alberto Silva – Betto – Pensa Poços

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