Não dá para engolir a hipocrisia que estamos vendo na cidade. É claro que os jovens que participam da paraolimpíada merecem todo o respeito, segurança e estrutura. Estamos falando de pessoas com dificuldades de locomoção, que precisam de proteção máxima. Isso não está em debate. O problema é como a Prefeitura conduz a situação: de forma desorganizada, improvisada e com cara de ação para aparecer na mídia.
Colocam cavaletes no meio da rua e pronto: que se vire o trânsito. Cadê os agentes de trânsito para orientar motoristas e pedestres? Cadê a sinalização adequada? Não tem. Resultado: caos nas ruas, confusão e irritação para quem precisa se deslocar pela cidade. Isso não é organização, é descaso.
E o mais curioso — ou trágico — é ver a escolha do local. O evento está acontecendo na Avenida João Pinheiro, em frente ao Estádio Poliesportivo, justamente numa das vias de maior movimento da cidade. Carretas, ônibus, carros de passeio… todo tipo de veículo pesado circulando ali. Se a preocupação fosse realmente com a segurança dos atletas, essa avenida estaria completamente interditada. Mas não, lá ninguém mexe, mesmo com risco evidente de um acidente gravíssimo.
Então fica a pergunta: estão protegendo os jovens ou montando cenário para foto? Porque, na prática, a prioridade parece ser apenas aparecer bem na mídia, e não cuidar de verdade da vida das pessoas. Segurança não é teatro, é responsabilidade.
Quem olha de fora pode até se enganar com os discursos bonitos, mas quem vive na cidade vê de perto a hipocrisia: fazem barulho em cima de um evento importante, mas esquecem da parte mais básica — proteger de verdade quem mais precisa.
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