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Quarta-feira, 17 de Setembro de 2025

Saúde

Mais de mil mulheres enfrentam fila de até 8 meses por ultrassom de mama no SUS em Poços

Demora preocupa pacientes que aguardam exame essencial no diagnóstico de nódulos

João Lima Goulart
Por João Lima Goulart
Mais de mil mulheres enfrentam fila de até 8 meses por ultrassom de mama no SUS em Poços
Foto: reprodução/EPTV
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Mais de 1,1 mil mulheres estão na fila para realizar ultrassom de mama pelo SUS em Poços de Caldas. O tempo de espera pode chegar a oito meses, de acordo com dados enviados pela administração municipal à Câmara de Vereadores, em resposta a um requerimento.

A fila reflete um problema que afeta diretamente mulheres como a professora Ana Cristina Ferreira, que há oito anos descobriu nódulos e precisa repetir o exame a cada seis meses. Segundo ela, a maioria dos pedidos teve que ser paga do próprio bolso, já que o retorno pelo sistema público não aconteceu dentro do prazo.

“Já tenho dois anos esperando. Quando consegui pagar particular, o médico detectou crescimento no nódulo. A recomendação é manter os exames regulares, mas pelo SUS nunca sai”, relatou.

Mudanças no atendimento

A Secretaria de Saúde informou que alterou o fluxo de solicitações. Antes, apenas mastologistas e ginecologistas podiam encaminhar pacientes. Agora, médicos da atenção primária também estão autorizados.

Um dos pontos de atendimento é o Centro Especializado de Atenção à Saúde da Mulher e da Criança. Segundo a pasta, atualmente são feitos 200 exames por mês, mas há promessa de ampliar para 500 mensais em regime de mutirão para tentar reduzir a fila.

Exame complementar

O mastologista Ricardo Laier Franco explicou que o ultrassom não substitui a mamografia, principal exame de rastreamento do câncer de mama, mas funciona como complemento em casos de dúvida, especialmente em pacientes com mamas densas.

Situação em outras cidades

O problema não é exclusivo de Poços de Caldas. Em Pouso Alegre, 469 mulheres aguardam o exame. Em Passos, o número chega a 1.075. Já em Varginha, a secretaria informou que não há fila de espera.

Enquanto isso, mulheres como Ana Cristina vivem a angústia da incerteza:

“Não sei qual foi a evolução do meu caso. Se continuar assim, vou ter que deixar outras contas de lado para pagar o exame particular”, lamentou. 

Fonte: EPTV

FONTE/CRÉDITOS: João Lima Goulart | Pensa Poços©
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João Lima Goulart

Comunicólogo apaixonado por apurar fatos, contar boas histórias e transformar informação em conteúdo relevante. Natural de Blumenau, moro há 16 anos em Poços de Caldas — cidade que escolhi para viver e amar.