A Câmara Municipal abriu uma apuração sobre supostos abusos no pagamento de horas extras a servidores do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE). A discussão ganhou força após denúncias feitas pela vereadora Pastora Mel, que apresentou novos casos durante a sessão desta terça-feira (23).
Segundo a parlamentar, um servidor da função de roçador teria registrado 217 horas extras em apenas um mês, levantando dúvidas sobre a real necessidade e viabilidade desse volume de trabalho adicional. Ela relembrou ainda um episódio anterior em que um funcionário, com salário-base de R$ 1.880, chegou a receber mais de R$ 25 mil em um único mês com os adicionais.
Diante da repercussão, o diretor-presidente do DMAE, Paulo César Silva, afirmou que já foi iniciada uma auditoria interna e que uma auditoria externa será contratada para investigar as denúncias. Ele explicou que a autorização das horas extras fica a cargo dos chefes e supervisores de cada setor.
O gestor argumentou que a recente crise hídrica exigiu maior empenho de alguns servidores, inclusive em plantões noturnos, e garantiu que, conforme o Recursos Humanos, as horas extras registradas teriam sido efetivamente trabalhadas. No entanto, prometeu medidas firmes caso sejam constatadas irregularidades.
Outro ponto levantado pelo presidente do DMAE é a falta de servidores concursados. Segundo ele, a ausência de um plano de carreira aprovado impede a abertura de novos concursos, o que leva os atuais trabalhadores a acumularem funções e jornadas para manter o atendimento à população.
A Câmara informou que seguirá cobrando esclarecimentos detalhados sobre os casos.
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