A guerra no leste europeu tem alterado profundamente a vida de Patrick José Gonçalves, de Santa Rita do Sapucaí (MG). Longe da família há cinco meses, o brasileiro atua como voluntário no exército ucraniano e enfrenta não apenas os riscos da linha de frente, mas também a saudade de casa.
Com experiência no Exército Brasileiro e passagem pela Legião Estrangeira Francesa, Patrick decidiu se juntar às tropas ucranianas em abril. A motivação, segundo ele, foi a vontade de ajudar o povo local.
“Minha maior motivação foi apoiar a Ucrânia a se libertar dessa injustiça que a Rússia vem cometendo. Mas a realidade da guerra é muito cruel”, desabafou.
Ele já perdeu três companheiros de batalha – dois colombianos e um brasileiro. “Há duas semanas vivi meu pior momento aqui no solo ucraniano”, relatou.
A vida em meio à destruição
Em vídeos enviados à família, Patrick mostra a rotina em casas destruídas pelos ataques, chamadas de “locais seguros” pelas tropas. “Os civis saíram apenas com a roupa do corpo. Ficamos nesses pontos durante o dia”, contou.
A família, em Minas Gerais, acompanha tudo à distância por chamadas de vídeo. A mãe, Flora Aparecida Pereira Gonçalves, admite a angústia:
“A gente só pensa coisa ruim. Eu ligo e digo que estou preocupada com ele todos os dias.”
O pai, José Roberto Gonçalves, também sofre com a ausência: “O coração corta. Ele cresceu dentro de casa, e agora está no meio de tudo isso.”
Saudades e esperança
Patrick afirma que a saudade é intensa, especialmente dos pais, mas que seguirá lutando. Ele prevê uma visita rápida ao Brasil entre janeiro e fevereiro de 2026, antes de retornar à Ucrânia.
Enquanto isso, a irmã, Rosa Cristina Gonçalves da Silva, ajuda os pais a lidar com a ansiedade. “Sempre estou aqui para cuidar deles e manter contato com o Patrick”, disse.
Já a mãe mantém viva a esperança de um reencontro: “Quem sabe uma hora vem, se Deus quiser”.
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