A Câmara Municipal de Poços de Caldas deu um passo decisivo nesta terça-feira (23). Por unanimidade, os vereadores aprovaram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades na aplicação dos recursos do Fundeb – dinheiro que deveria estar garantindo a qualidade da educação básica no município.
O requerimento nº 3148/2025, apresentado pelos vereadores Flávio Togni de Lima e Silva (MDB), Aliff Jimenes Cicon (PL), Pastora Mel (União Brasil), Tiago Braz (Rede) e Tiago Mafra (PT), contou com o apoio de toda a Casa, reforçando a gravidade do caso e a necessidade de transparência absoluta.
O que está em jogo?
A CPI terá como alvo os atos administrativos, contratuais e financeiros envolvendo o Fundeb entre 2020 e 2024. Um dos pontos mais alarmantes já levantados é a diferença de R$ 32,9 milhões entre o valor declarado oficialmente (R$ 36 milhões) e o saldo real encontrado em extrato bancário (apenas R$ 3 milhões).
Além disso, a comissão vai verificar:
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possíveis discrepâncias contábeis e bancárias;
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se a lei municipal nº 9.702/2023, o “Fundeb Transparente”, foi cumprida;
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e se as respostas da Secretaria de Educação diante das denúncias fazem sentido ou apenas tentam mascarar problemas.
Rumores explosivos
Nos corredores da política local, corre a suspeita de que parte desses recursos teria sido desviada para financiar a construção do novo centro administrativo, ironicamente apelidado de “Taj Mahal”. Se essa hipótese se confirmar, a situação do atual prefeito e de seu padrinho político, o ex-prefeito Sérgio Azevedo, pode se tornar um escândalo capaz de comprometer seriamente suas carreiras públicas.
Próximos capítulos
Nas próximas semanas, líderes de bancada têm cinco dias úteis para indicar os membros da CPI, que então elegerão presidente, vice e relator, além de definir o calendário das reuniões. O prazo inicial para conclusão é de 180 dias, podendo ser prorrogado. Há ainda a possibilidade de contratação de uma auditoria externa, o que promete dar ainda mais robustez às investigações.
O recado é claro: o povo de Poços de Caldas exige saber onde foi parar o dinheiro da educação. Se confirmados os desvios, será um duro golpe na credibilidade da atual gestão e um divisor de águas na política local.
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