O assassinato do representante comercial Pedro Granato de Oliveira, de 34 anos, completa um ano e continua repercutindo em Poços de Caldas e região. A principal acusada, a ex-namorada Natasha Cristina Curimbaba, de 23 anos, está presa sob custódia no Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz, em Barbacena (MG), desde outubro de 2024.
Em julho deste ano (2025), a 2ª Vara Criminal de Poços de Caldas decidiu que Natasha irá a júri popular por homicídio qualificado, com recurso que teria dificultado a defesa da vítima. A defesa informou que vai recorrer ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), alegando inimputabilidade em razão de doença mental.
O crime
Segundo as investigações, em 28 de julho de 2024, o casal passou o dia junto fazendo churrasco. No fim da tarde, foram ao Mirante do Morro do Chapéu, onde Natasha teria atacado Pedro com diversos golpes de faca, atingindo mão, ombro, pescoço e região supraclavicular.
Imagens de segurança mostraram Pedro tentando fugir, descendo um barranco, mas caindo e morrendo no local. Testemunhas que passavam pelo mirante viram a queda e tentaram socorrê-lo, sem sucesso.
Outras imagens do condomínio onde a acusada morava mostram que, após o crime, Natasha voltou sozinha dirigindo, entrou no apartamento e, depois, saiu com malas. Dois dias depois, teria ido a uma cabeleireira, o que para a Justiça demonstra lucidez e funcionalidade logo após o crime.
Histórico violento e laudo psiquiátrico
A Polícia Civil apurou que Natasha já tinha agredido com faca uma amiga, um ex-namorado e até a mãe dele em ocasiões anteriores.
Um laudo médico anexado ao inquérito atestou que ela apresentava transtorno de personalidade borderline, dependência toxicológica e quadro psicótico induzido por drogas no dia do crime, caracterizando um surto. Com base nesse documento, a defesa pediu absolvição por inimputabilidade.
Decisão judicial
O juiz José Henrique Mallmann reconheceu o laudo, mas ressaltou que a acusada estava armada antes do encontro, o que indica premeditação, e que seu comportamento após o crime não condiz com incapacidade total de compreensão de seus atos.
Para o magistrado, as provas técnicas, documentais e testemunhais sustentam a materialidade e autoria do crime, justificando a submissão de Natasha ao tribunal do júri.
A família de Pedro continua em busca de justiça. A mãe da vítima, Rosana, afirmou que vive “no automático” desde o assassinato e que ainda não conseguiu viver plenamente o luto.
A data do julgamento ainda não foi definida.
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